Cartuxa – Quinta de Valbom
A Adega Cartuxa, na Quinta de Valbom, está intimamente ligada à Companhia de Jesus. No ano de 1580 o padre jesuíta Pedro Silva, reitor da Universidade de Évora, adquiriu a Quinta de Valbom para aí alojar o corpo docente da Universidade. A construção da Casa de Repouso dos Jesuítas demorou cerca de 10 anos e resultou num edifício com múltiplos alojamentos, refeitório e capela.
Em 1759, com a expulsão da Companhia de Jesus do país por Marquês de Pombal, a Quinta passou a integrar os bens do Estado tendo sido, em 1776, equipada com um lagar de vinho que rapidamente ganhou importância na região. A proximidade do Mosteiro da Cartuxa determinou que ficasse conhecida, até aos dias de hoje, como Adega Cartuxa.
Em 1869, o bisavô do instituidor da Fundação, José Maria Eugénio de Almeida, adquiriu esta Quinta. Após a sua morte viria a ser o seu filho, Carlos Maria Eugénio de Almeida, a empenhar-se na continuidade e expansão da produção da Casa Agrícola Eugénio de Almeida. Foi da sua iniciativa a plantação das vinhas que constituíram a origem mais remota dos vinhos da Fundação. Com a expansão e o sucesso progressivos da produção vitivinícola da Instituição, a Adega da Cartuxa, instalada no antigo refeitório da Casa de Repouso dos jesuítas foi sendo alvo de melhoramentos. Desses, destaca-se a grande reestruturação que ocorreu entre 1993 e 1995, e que permitiu o reequipamento e ampliação de todos os setores da adega, aumentando-se de forma considerável o seu potencial de vinificação e capacidade de armazenagem.
De anteriores equipamentos, hoje em desuso mas inovadores na altura em que foram introduzidos, existem ainda exemplares devidamente conservados, como é o caso das ânforas argelinas para a fermentação dos tintos (cubas construídas em betão, com autovinificadoras) e dos depósitos onde decorria a fermentação dos vinhos brancos. Estes depósitos de armazenamento, construídos em cimento, que foram mais tarde revestidos a resina para anular a porosidade do cimento, remontam à década de 50 do século passado, período em que o seu uso era prática comum.